Já virou regra: qualquer lançamento de produto ou campanha institucional de uma grande marca deve considerar o marketing de influência. Afinal, quem não sonha em duplicar as vendas a partir de um post viral ou tornar sua empresa conhecida com o empurrãozinho de um rosto em alta nas redes?
Reconhecido por suas parcerias inusitadas e ágeis, o Burger King apostou na influenciadora virtual do Magalu em sua nova campanha promocional (Crédito: reprodução)
A Creator Economy, esse ecossistema digital onde pessoas criam, compartilham e monetizam conteúdo, cresceu tanto nos últimos anos que se tornou indispensável para as marcas, logo depois do Instagram, é o que afirma a pesquisa ROI & Influência 2024, lançada pela YOUPIX em parceria com a Nielsen. Ainda segundo o estudo, 86% das empresas entrevistadas estão contratando influencers para criar conteúdo para seus canais próprios, contra 35% em 2023.
Ótimo, então vamos investir todo budget de marketing em influenciadores, certo? Errado. A própria pesquisa da Youpix aponta que o investimento em marketing de influência de empresas com orçamentos entre 1,5 e 5 milhões de reais caiu de 22%, em 2023, para 12% em 2024.
Mas o que isso significa?
Influência não é só hype, é estratégia
Parcerias com influencers são apenas uma parte de uma ampla estratégia integrada de comunicação, com objetivos de negócio bem definidos e alinhados. O discurso passado pelas pessoas influenciadoras precisa estar alinhado com o que é prioridade para a marca. Daí a importância de compreender a sua necessidade, em curto, médio e longo prazo.
A sua marca quer ser mais reconhecida? Precisa se posicionar frente à concorrência? Alô pessoas produtoras de conteúdo que vão ajudar no seu branding com alcance, visibilidade e atração! Valem nomes fortes e até perfis que conversam com uma região em particular ou com um segmento específico.
O “esquenta” da HONOR no Brasil
Para a HONOR, a gigante chinesa de smartphones e cliente Ecomunica há alguns meses, nossa missão era divulgar o modelo X8B, destacando suas mensagens-chave e atributos com o objetivo de gerar desejo no público brasileiro. Porém, como falar de uma marca e de um produto que ainda não está disponível para compra oficial no país?
A saída foi criar uma estratégia casada entre pessoas criadoras de conteúdo dos segmentos de tecnologia e lifestyle (beleza, humor e fashion) para falarem sobre o X8B em conteúdos que já faziam parte da linha editorial dos perfis, com entregas personalizadas para cada nicho. Como resultado, conquistamos quase 5 milhões de impressões no Instagram, YouTube e TikTok, e uma mexida nos ponteiros de busca sobre a marca no período da campanha.
Agora, se o que você busca é performance, a real conversão de vendas, não vale a pena falar com um público gigantesco, que não necessariamente tem interesse pelo seu produto. Aqui é necessário ser mais cirúrgico, investir em influencers cuja base se conecta de alguma forma com a sua marca. Às vezes, é até o caso de investir menos, e obter um melhor resultado.
Vídeo do influenciador @OPauloVita para a campanha de Honor. (Crédito: Instagram)
Promover experiências pode ajudar nas vendas
Um exemplo, também de case da Ecomunica, foi uma ação com uma grande rede de varejo esportivo que levou um influenciador parceiro até o seu Centro de Inovação de Produtos, na Europa. Recém-anunciado embaixador da marca, ele conseguiu um engajamento enorme com os seus seguidores graças aos conteúdos orgânicos e em tempo real, produzidos diretamente durante a viagem. E não foi só isso: ele ainda vendeu muito com o seu cupom de descontos, garantindo um ótimo ROI para a iniciativa.
Mas aí, fica a pergunta: como ter conteúdos com as mensagens-chave da empresa sem tirar a essência do creator?
Fuja do combo 1 feed e 3 stories
É exatamente aí que a “integração” toda entra em ação: com um trabalho forte de branding, a identidade da marca é muito clara – o que facilita na hora de identificar perfis que façam sentido. Uma vez definidas, essas pessoas vão reforçar o discurso da organização, mas sem perder a conexão que possuem com seu público, que os têm como fontes confiáveis.
Creators precisam de liberdade, segurança e orientação na medida certa para desenvolver a melhor comunicação para a marca com quem estão trabalhando. Na rede, as pessoas buscam originalidade, boas histórias e espontaneidade. Não adianta contratar o perfil com mais engajamento no TikTok e pedir para a influencer em questão decorar um texto corporativo, né?
Os formatos são múltiplos e devem ser explorados! Chega de 1 post no feed e 3 combos de stories, ou seeding padronizado, só mudando o nome da cartinha. Com uma boa estratégia de comunicação todos os budgets podem resultar em boas ideias e grandes resultados.
5 pontos para lembrar!
- Sim, a sua marca também pode se beneficiar do marketing de influência. Mesmo os temas mais difíceis podem ser trabalhados nas redes sociais, desde que haja um bom planejamento;
- É preciso ter objetivos de negócio bem definidos, com KPIs e planos táticos. A mensuração de resultados também deve ir além dos “prints” das redes dos influencers, trazendo análises aprofundadas desenvolvidas por profissionais de pesquisa;
- A relação com a pessoa criadora de conteúdo é de parceria, não dá para jogar toda a performance da sua marca como responsabilidade do influencer.
- Ter cuidado na hora de contratar e escolher a pessoa influenciadora é muito importante, mas depois que o objetivo já tiver sido alinhado, deixa-a livre para criar. Nada de briefing engessado ou vídeo com mil regras de produção.
- Conte com um time especialista no tema, que te ajude a mergulhar na Creator Economy sem perder a visão 360º.
Quanto a esse último ponto, pode deixar com a gente 🙂