Apesar da maioria do povo brasileiro ser constituída por pessoas negras – são 54%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, ainda há muito para se debater, aprender e construir quando o assunto é a desigualdade racial que perdura em nossa sociedade.
Um abismo separa o negro do branco, seja nas escolas, nas universidades, no mercado de trabalho e em diversos outros espaços.
Com uma pauta tão urgente e vital, nós, da Ecomunica, acreditamos que é preciso ir além do blá blá blá e partir para a ação. Principalmente quando pensamos em marcas, é extremamente necessário desenvolver estratégias de comunicação alinhadas com práticas verdadeiramente engajadas com causas como a luta antirracista.
E um dos principais pontos a se considerar e compreender é como uma marca pode servir de plataforma para viabilizar o reconhecimento e o prestígio de vozes negras, que são frequentemente silenciadas.
É hora de mostrar que se importa dando um passo para o lado, abrindo espaço para o protagonismo dessas pessoas. Não apenas em datas importantes, como o recente Dia da Consciência Negra, e não somente para falar sobre a opressão que vivenciam.
Uma boa forma de começar a repensar tudo isso é por meio da educação. Por isso, nossos colaboradores que se autodeclaram negres, pretes ou pardes cocriaram essa lista, indicando seis conteúdos criados por pessoas negras sobre racismo e colorismo, pensando em facilitar o aprendizado de todos que fazem parte da nossa comunidade digital. Confira:
- O Pequeno Manual Antirracista, livro de Djamila Ribeiro
Publicado em 2019, o livro aborda o racismo sob uma ótica estrutural.
Segundo a autora da obra, a filósofa, professora e militante Djamila Ribeiro, combater o racismo é um desafio para toda a sociedade brasileira, considerando o recente passado escravocrata que possuímos. De forma clara, didática e assertiva – realmente, um manual -, ela explica que ser antirracista é um exercício diário de ações e palavras combativas, e não apenas não ser racista.
- Intérpretes Negras (os) do Brasil – Luiz Gama por Ligia Ferreira
Uma introdução aos nossos pensadores pretos. É esse o objetivo do mini-curso “Intérpretes Negras(os) do Brasil”, oferecido gratuitamente pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC São Paulo. São 7 aulas, cada uma com cerca de 20 minutos de duração, dedicadas a inserir intelectuais como Maria Firmina dos Reis e Milton Santos no contexto dos estudos sociais brasileiros, uma vez que muito frequentemente suas obras são dissociadas da realidade brasileira, “relegadas à marginalidade acadêmica ou confinados aos estudos afro-brasileiros”.
- “Tornar-se Negro”, livro escrito por Neusa Souza Santos
Capa da edição lançada pela editora Zahar.
Pungente, intensa e atual, a obra virou um marco no Brasil por trazer luz ao debate sobre os efeitos psíquicos do racismo na identidade de pessoas negras.
- Live – Colorismo com Alessandra Devusky e Djamila Ribeiro
Esse bate-papo, que na verdade é uma aula, fez parte da Jornada Feminismos Plurais, realizada em maio de 2020. Durante mais de 1h, Djamila e Alessandra compartilharam suas visões sobre pertencimento e experiências particulares dentro do tema. Assista:
- Quase branco, quase pretos
Se você não é uma pessoa branca, quem você é? Nessa reportagem especial do UOL, uma série de entrevistas e análises da questão racial no Brasil examinam o colorismo sob uma perspectiva sociológica e histórica.
- Uma lista para 365 dias de Consciência Negra
Uma das principais reclamações de muitos produtores de conteúdo e estudiosos pretos é que não sejam chamades apenas para falar sobre a opressão que vivenciam e apenas no mês de novembro. Essas pessoas produzem conhecimento em muitas outras frentes e tópicos. Pensando nisso, a jornalista Cecília Olliveira, para o Intercept Brasil, compilou em um arquivo uma relação de profissionais negros especialistas em uma vastidão de assuntos. Acesse o link e salve para consultar sempre.