Não, este post não está com erro, mas precisávamos chamar a sua atenção para dizer que o buscador do Google nunca mais será o mesmo. Depois de mais de 25 anos operando como uma grande biblioteca online que trazia respostas orientadas pelas palavras presentes na pergunta, o Google decidiu revolucionar – mais uma vez.
Agora, o chatbot de IA da empresa, a tecnologia Gemini, será responsável por receber a pergunta, processá-la e montar a resposta que “compreender” ser adequada. E é aqui que a mudança deve ocorrer: o que definirá uma resposta “correta” em detrimento de outra?
Lançamento Gemini AI Google — Foto: Divulgação/Google/Techtudo
Como funciona(va) o sistema de busca do Google?
Antes de falarmos como será, é importante entender a premissa inicial de funcionamento do motor de busca orgânica do Google. Basicamente, os softwares do buscador acessam as centenas de bilhões de conteúdos públicos disponíveis na internet e analisam tudo em menos de um segundo, associando as palavras-chave, autoridade, otimização – entre outros – de cada site com a pergunta feita.
A partir daí, a ferramenta ranqueia os links de acordo com a relevância e utilidade em relação ao questionamento feito. Esse era o processo pelo ponto de vista do usuário. Mas, do lado de quem responde – ou luta com unhas e dentes para aparecer no topo das buscas – como isso acontecia?
Se você pensou em SEO, bingo!
É importante dizer que SEO (Search Engine Optimization) técnica aplicada para obter um posicionamento melhor do seu conteúdo nas buscas, não é uma ciência exata – mesmo que a gente esteja falando algoritmos! De toda forma, ele é construído de forma bem semelhante ao método científico: testando, avaliando, aparando arestas e testando novamente, até obter sucesso.
Isso acontece porque o Google não disponibiliza abertamente os atributos que impactam nos resultados – embora, no começo do mês, tenha havido o vazamento de mais de 14 mil elementos levados em consideração no momento de ranquear um conteúdo. Mas sim, compartilha os fatores de avaliação de páginas da WEB, resumidos pela sigla em inglês EEAT, que representa respectivamente, em português, Experiência (quem vivenciou o tema do qual fala), Especialidade (quem fala já se especializou neste assunto), Autoridade (você é referência no tópico discutido) e Confiança (quem possui experiência, especialidade e autoridade, transparece confiança).
A beleza da comunicação integrada: sabe o que o SEO tem a ver com a imprensa? Tudo!
O princípio da assessoria de imprensa é gerar reputação usando o “aval de um terceiro”. Uma marca desconhecida pode começar a causar uma boa impressão no público se, por exemplo, o consumidor se deparar com uma matéria sobre ela em um site de notícias de sua confiança ao fazer uma busca no Google. Só por isso, a assessoria de imprensa já vale muito a pena.
No entanto, para a Hubspot, a principal ferramenta de marketing digital do mundo, a imprensa pode adicionar uma camada a mais no SEO, por meio do link building. Essa técnica consiste basicamente em ter sites relevantes referenciando marcas ou empresas e gerando um link para o site delas. E sim, os sites de notícias são algumas das fontes mais relevantes de conteúdo para o Google.
Além disso, existe o aspecto das fake news, trazido pela Yeska Coelho, jornalista especialista em SEO. Em treinamento para o time Ecomunica, ela apontou que, com o crescimento das redes sociais, o Google – e mesmo os veículos de imprensa – se tornaram ferramentas para checar a veracidade e relevância dos fatos.
As mídias sociais costumam ser a primeira exposição de alguém a uma informação e, em uma realidade recheada de fake news, é fundamental a confirmação dos dados e fatos, em canais que sejam de confiança, como é o caso dos sites de notícias reconhecidos.
Mas como a minha marca vai ser analisada pela IA do Google?
Com a mudança no mecanismo de busca, sabemos que a quantidade de respostas apresentadas a priori se reduzirá, mas os escolhidos pelas máquinas aparecerão com destaque.
Segundo Liz Reid, VP de buscas no Google, o intuito da atualização é responder ainda mais rapidamente, permitindo que o usuário perca menos tempo em cada etapa da busca e possa pesquisar mais. E que, por isso, o foco é priorizar respostas que enviem “tráfego de valor”, ou seja, que sejam confiáveis.
Além disso, o próprio Google admite que cerca de 40% de pessoas da geração Z não vão a uma ferramenta de busca quando procuram onde almoçar: elas vão ao TikTok ou ao Instagram, redes que promovem interações cada vez mais nichadas e onde o buscador ainda “não chega”.
Daí a necessidade de uma estratégia de comunicação integrada! E que contemple, de fato, frentes de branding, marketing de conteúdo, SEO, interação com a imprensa e redes sociais – sem esquecer, claro, a importância de produzir conteúdos confiáveis.
Depois dessas considerações, a nossa aposta é que, com a IA do Google e com o Chat GPT, o reconhecimento de autoridade de resultado que a imprensa traz é ainda mais relevante para que uma marca se destaque por meio das buscas.
A missão dos profissionais de comunicação e marketing sempre foi criar conteúdos confiáveis, relevantes e “gostosos” de consumir, mesmo quando eles eram “apenas” para o cérebro humano. Com os robôs, essa missão se torna a chave para a sobrevivência neste mercado. Quem já é adepto da comunicação integrada e do conteúdo com relevância pode respirar aliviado!