Na última década, vimos a digitalização da nossa sociedade acontecer rapidamente. Com tecnologias mais acessíveis e alguns poucos cliques, hoje é possível fazer compras, ter acesso a documentos, utilizar serviços de entrega e de transporte, entre outros, de forma mais rápida, no conforto de nossas casas. E essa facilidade vem com um preço – nossos dados.
São as informações disponíveis na rede que permitem identificar padrões e tendências de consumo de forma mais precisa. Nesse cenário, entrou em destaque o Business Analytics que, em tradução livre, significa Análise de Negócios. Trata-se de um conjunto de habilidades, tecnologias e práticas que favorecem tomadas de decisão baseadas em informações exatas, com mais segurança, possibilitando soluções verdadeiramente dinâmicas e integradas.
Ramandeep S. Randhawa, Vice-Reitor de Programas de Graduação e Professor de Ciências de Dados e Operações da Universidade do Sul da Califórnia (cliente da Ecomunica), explicou pra gente que essa tendência também vem repleta de desafios, como a construção de infraestrutura (principalmente em países emergentes) e a criação de algoritmos que entregam resultados que possam ser explicados, evitando as famosas “black boxes”. Confira a entrevista na íntegra:
Quais tipos de problemas as decisões baseadas em dados podem prevenir e quais são os principais desafios do uso da tecnologia?
Ramandeep S. Randhawa: Essa abordagem tira a subjetividade da tomada de decisão, o que é a maior vantagem, mas também é a sua maior vulnerabilidade dependendo de como é usada. Especialmente em níveis estratégicos mais altos, muitas decisões que tomamos no passado foram com base na intuição e na experiência. Porém, se você estudar a literatura sobre comportamento [humano], quanto mais sabemos, mais provável é que a gente cometa erros ou se sinta mais confiante sobre algumas decisões quando não deveria. Nos negócios, é importante estar sempre atento a mudanças em tendências e nos momentos da sociedade. Por isso que as decisões baseadas em dados são, na verdade, um meio muito poderoso de tomar decisões objetivamente e nos momentos oportunos.
Agora, se você tirar a subjetividade humana totalmente do processo de decisão, isso também levará a muitos problemas. Conforme as abordagens baseadas em dados e os algoritmos se tornam mais sofisticados e analisam coisas cada vez mais complexas, perde-se a capacidade de generalizar e olhar para o grande contexto de alguma problemática – coisa em que o ser humano é muito bom.
Quais são os setores que estão mais bem posicionados para se beneficiar disso, especificamente na América Latina?
Ramandeep S. Randhawa: Na América Latina, podemos constatar que as startups já estão utilizando essa tecnologia desde a concepção do negócio e estão indo bem. Você tem, por exemplo, o Rappi e a 99 (que foi adquirida pela chinesa Didi). Por outro lado, temos as grandes empresas que estão tentando implementar a abordagem baseada em dados em seu modelo de negócios já estabelecido, mas isso é sempre um processo mais lento porque exige grandes mudanças tanto estruturais quanto de treinamento dos executivos.
Você vê alguma diferença nos desafios que as empresas em mercados emergentes enfrentam em relação aos países desenvolvidos quando falamos de uso de dados?
Ramandeep S. Randhawa: Não muitas. No curto prazo, os desafios dos países emergentes são maiores, porque eles ainda precisam desenvolver uma infraestrutura, o que os países desenvolvidos já têm há alguns anos. Porém, ainda assim, não ter uma infraestrutura pode ser uma vantagem também, porque os negócios podem começar do zero com a tecnologia mais recente, ao invés de tentar atualizar a existente. E é o que estamos observando na América Latina com algumas startups bem-sucedidas.
Além disso, não se pode patentear algoritmos. Uma empresa pode tentar escondê-los, mas qualquer pessoa pode replicá-los. Em termos de modelos de negócios, também não podem ser patenteados, e isso nivela os dois mercados. Um grande exemplo é a Uber, que cresceu mundialmente, mas teve sua lógica de negócios aplicada no Brasil pelo Rappi.
Outro grande benefício quando pensamos em negócios que estão em diferentes localizações é o quão personalizável os algoritmos e as inteligências artificiais são.
Aqui, na Ecomunica, a tomada de decisão baseada em dados está no centro das nossas operações. Sabemos na prática que uma comunicação verdadeiramente integrada se faz quando utilizamos informações de forma estratégica, visando alcançar cada tipo de público com a mensagem certa.
E, para isso, desenvolvemos uma ferramenta proprietária de métricas, que considera os resultados de relações públicas de forma qualitativa e quantitativa, calibrada de forma personalizada para cada cliente.
Além disso, somos parceiros da HubSpot, uma das maiores e mais respeitadas plataformas de marketing, vendas e atendimento ao cliente. Ela possibilita a geração e o gerenciamento de leads em campanhas segmentadas, a automação de processos, o cruzamento de dados e entrega relatórios completos em um só lugar. Isso significa que somos capacitados para fazer a implementação de HubSpot e podemos executar estratégias completas de comunicação integrada, oferecendo aos nossos clientes o que há de melhor na ferramenta.
Somos fãs de tecnologia e estamos sempre ligados nas soluções mais modernas de marketing, porque acreditamos que não há como propor estratégias que não sejam mensuráveis e com base em dados. Concorda com a gente?