O destaque que os pilares ESG vem ganhando no mundo corporativo fez com que muitos temas tivessem mais protagonismo, e um exemplo disso são as novas iniciativas de diversidade e inclusão nas empresas. Em inglês, ESG significa Environmental, Social and Governance – Meio Ambiente, Social e Governança – e são essas três letrinhas que vêm provocando grandes mudanças.
Não se pode negar que a pandemia escancarou de vez as desigualdades e feridas sociais. A explosão dos movimentos por pautas identitárias, como o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), ainda colocou uma lupa sobre um elemento pouco citado do ESG: a diversidade de corpos e narrativas nos ambientes de trabalho, parte fundamental da governança social.
Atualmente, ter ações concretas nos pilares ESG é a melhor propaganda institucional e um aspecto que gera muito valor para o mercado. Mas, nesse cenário, não dá mais para focar apenas em sustentabilidade ambiental (prática que vigorava até então) e ignorar outras frentes, como a diversidade e a inclusão. No Brasil, felizmente, temos visto inúmeros projetos de grandes players que, finalmente, colocam a diversidade em evidência. É o caso da Sodexo, da Magalu, da GM e da Bayer, que desenvolveram programas exclusivos para garantir esse pilar.
O fato é que esses projetos não estão acontecendo ao mesmo tempo por acaso, mas sim porque hoje eles impactam diretamente o capital dessas grandes corporações, seja por demandas de investidores ou pressão de consumidores.
Para além da pauta ESG, inúmeras pesquisas provam que estratégias de diversidade e inclusão geram valor para as empresas no curto, médio e longo prazo. O relatório “Diversity Matters: América Latina”, realizado em 2020 pela McKinsey, comprova que empresas que investem em diversidade e inclusão têm 59% mais chances de performar melhor que a concorrência. O estudo ainda revela que um ambiente de trabalho colaborativo, em que as pessoas se sentem livres para se expressar, é bem mais produtivo e propenso a soluções criativas e inovadoras.
Segundo a pesquisa, 63% dos participantes afirmam se sentir felizes em empresas diversas. Outros benefícios percebidos pelo relatório são:
- Colaboradores mais engajados;
- Mais colaboração e inovação;
- Maior retenção de talentos e menor evasão;
- Mais entusiasmo e produtividade;
- Melhores resultados.
Outro estudo, realizado pela Ernst & Young (EY), mostra que as empresas que apresentaram 30% de diversidade de gênero entre seus colaboradores – e mais de 20% no nível sênior – mostram melhores resultados financeiros na comparação com as demais. Assim, é possível perceber que se há diversidade significativa, tanto horizontal quanto verticalmente no quadro de funcionários, a chance de crescimento sustentado e lucrativo é 1,4 vez maior. Além disso, nas empresas com maior diversidade a chance de os líderes trabalharem de forma colaborativa para criar novas soluções e oportunidades é duas vezes maior.
O levantamento “Global Diversity & Inclusion” da PwC, realizado em 2020, mostrou que as empresas investem cada vez mais em programas de diversidade e inclusão, com 76% afirmando que eles são uma prioridade. Entretanto, muitas companhias caem no erro dos discursos oportunistas, com data e hora marcada e que são identificados sem dificuldades. O famoso Diversity-Washing.
Mas como não ficar só no discurso?
Para não escorregar nas palavras e garantir que haja, de fato, políticas de diversidade e inclusão nas empresas, algumas práticas são:
- Contrate equipes diversas, multidisciplinares e intergeracionais;
- Invista em treinamentos do time para entender a diversidade e acolher os novos colaboradores;
- Faça uma comunicação interna inclusiva e atenciosa;
- Priorize a cultura organizacional.
Nesse processo, a comunicação é essencial. Entender o momento certo de anunciar cada passo e reforçar cada ação, tanto interna quanto externamente, torna-se indispensável para apresentar as iniciativas de forma sólida. É possível desenvolver uma comunicação integrada e estratégica em todos os níveis de consciência de gestão e para todos os públicos de interesse.
Pensando nisso, nós desenvolvemos um método para trabalhar a Comunicação em todas as empresas, independentemente do nível de consciência que elas estejam na “jornada ESG”.
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